Mãos

I
No gesto de fazer gesto
A mão é quem gesticula
E espalmada articula
Sinais, símbolos e sentidos
Resgata os elos perdidas
De milenares enredos
E encontra na força dos dedos
A sua própria razão
E guarda na palma da mão
Reveladores segredos

II
É por isso que a cigana
Olha a mão e enxerga a alma
Pois está escrito na palma
O futuro e o pretérito
E os reveladores mistérios
Da mão que retrata a vida
Que machucada e ferida
Traz a marca da cicatriz
E a ânsia de ser feliz
Com a mão sempre estendida

III
E assim as mãos se encontram
Em sublime comunhão
Trazendo consigo a emoção
De um sincero cumprimento
Demonstrando o sentimento
Num simples aperto de mão
Que toca fundo o coração
E faz os olhos brilhar
E no gesto de se encontrar
Sem preconceito ou vaidade
Simboliza a amizade
Ou desejo de amar

IV
A mão que ama protege
Com gestos de puro amor
E sabe a diferença, o valor
Da mão que acarinha e afaga
Daquela que só esmaga
Os sonhos e a esperança
Mas nas mãos de uma criança
A vida inteira renova
Esta é a mais pura prova
Que com as mãos tudo se alcança

V
As mãos carregam consigo
A força que cura, que benze
A mesma força que prende
Que dá sentença e condena
E junto aplica a pena
Também concede o perdão
Tira quem ta na prisão
Faz justiça e humanidade
Pois carrega a liberdade
Na força livre das mãos

VI
As mãos carregam consigo
As marcas de sua história
Trazem juntas a memória
De seus atos e seus feitos
Traduzem sem preconceitos
Dias de lutas, embates
Demonstrando no arremate
Quem tem as mãos calejadas
Daqueles com as mãos enlameadas
Pela falta de caráter

Autor: Dep. Pompeo de Mattos


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