O TEMPO

I
Eu parei para pensar
E dei vazão ao sentimento
E fui dando tempo ao tempo
Liberando o pensamento
Pra refletir um momento
E entender o novo tempo
Aqueles tempos que os ventos
Não param de assoprar
Que a gente não vê passar
Mas sente o sinal dos tempos

II
O tempo de um novo tempo
Há muito tempo chegou
E o tempo que já passou
Perdeu tempo quem não viu
E não notou o tempo frio
Que quase congelou o tempo
E se não fosse o ar dos ventos
Que me levou pelo tempo
Que me fez entrar tempo adentro
Eu não chegaria a tempo

III
Foi assim que ganhei tempo
E recuperei o tempo perdido
Tempo que eu tenho vivido
Para entender o meu tempo
Saber como era em outros tempos
Tempos que não voltam mais
Tempo dos meus avós, de meus pais
Que a muito tempo se foi
E hoje, tempos depois...
Há! Aqueles tempos nunca mais

IV
Que saudade desses tempos
Que faz tempo que passou
E tudo que o tempo ensinou
Nos mostra um tempo futuro
Uma luz no tempo escuro
Num tempo de tempestade
Onde o tempo da verdade
Mostra a verdade com tempo
Onde um momento de tempo
É no tempo uma eternidade

V
Então eu paro algum tempo
E busco num passatempo
Um tempo pro tempo passar
E fico um tempo a imaginar
Porquê que o tempo não para
E como é que o tempo se prepara
E desanda num temporal
Numa tormenta tropical
Tempo feito um vendaval
Que tempo é esse afinal?!

VI
Este é o sinal dos tempos
Tempo de reflexão
Tempo de estender a mão
E partilhar o seu tempo
De doar um pouco de tempo
Pra quem se perdeu no tempo
E no tempo de um pensamento
Dar mais um tempo pra vida
Tempo de vida vivida
Mais vida por muito tempo

VII
Por isso  eu peço ao tempo
Pro tempo me dar licença
Pois eu creio que o tempo é minha crença
É quem nos mostra a todo o tempo
O tempo de cada momento
O tempo que foi e que veio
Onde não há tempo pelo meio
Nem também tempo perdido
O que há é tempo mal vivido
Por invejar o tempo alheio

VIII
Peço também para o tempo
Um tempo para o meu verso
Me dê o tempo do universo
Um tempo além do infinito
P'ra com tempo e por escrito
Eu possa dizer a tempo
Que nunca se apressa o tempo
E nem há como o tempo parar
E que só não sente o tempo passar
Aquele que parou no tempo

IX
Então desculpe-me o tempo
Que eu fiz vocês perderem me ouvindo
É que faz tempo que estava pedindo
E a muito tempo esperando
E não sei que tempo, até quando
Eu tinha tempo p’ra esperar
E eu só queria um tempo pra falar
E ter alguém com tempo pra me escutar
Para com tempo anunciar
Que o melhor tempo dos tempos
É o tempo que a muito tempo
Aguarda um tempo p’ra chegar

POMPEO DE MATTOS
Deputado Federal
PDT/RS


ESCRITÓRIO POLÍTICO

Rua Riachuelo, 1038 Sala 1405, Centro Histórico
CEP 90010-272 - Porto Alegre/RS

Fone: (051) 3225-1942

GABINETE

Câmara dos Deputados Anexo IV, Gabinete 704
CEP 70160-900 - Brasília/DF

Fone: (061) 3215-5704

2019 | Sitelegis