Pompeo de Mattos
PDT – 40 Anos De Vida, Oito Décadas De História
Hoje é aniversário 40 anos do PDT. Conheça a história do Partido de Brizola, Darcy Ribeiro e Alberto Pasqualini e que carrega o legado de Jango e Getúlio Vargas.
Atualizado terça-feira, 26 de maio de 2020 às 15:53- por Israel P. Siqueira

Há 40 anos, Brizola, chorando, rasgava uma folha de papel em rede nacional de televisão. Nela havia três letras escritas à caneta – PTB. A cena foi retratada por Carlos Drumond de Andrade desta forma: “Vi um homem rasgar o papel em que estavam escritas as três letras que ele tanto amava. Como já vi amantes rasgarem retratos de suas amadas na impossibilidade de rasgarem as próprias amadas”. O trabalhismo se reinventava. Nascia o PDT – Partido Democrático Trabalhista, em 26 de maio de 1980.
Hoje, comemorando 40 anos de existência, o PDT pode dizer que tem mais tempo de história do que de vida. Efetivado em 1980, o embrião do partido remonta um período em que o Brasil deixava de ser rural e transformava-se em industrial pelas mãos de Getúlio Vargas e da revolução de 1930. A mudança pedia ainda mais atenção aos trabalhadores do país.
Reestruturadas as instituições republicanas, surge o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), idealizado pelo próprio Vargas e composto por nomes como João Goulart e Leonel Brizola. Daí em diante, os trabalhistas lutaram e conquistaram direitos, como salário mínimo, descanso remunerado, limite de jornada de trabalho e tantos outros. E chegaram ao poder em 1961 com Jango e a busca por justiça social. Três anos depois, os militares, com apoio da elite brasileira, encerram o progresso nacional em curso desde a Era Vargas.
De 1964 a 1979, o movimento político brasileiro foi mantido amordaçado, quando não espancado ou assassinado. Jango morreu no exílio; Brizola passou 15 anos nele, mas pôde voltar e reaver o trabalhismo. Inicialmente, tentou recompor o PTB com a edição da Carta de Lisboa – documento escrito depois de um encontro realizado, com lideranças políticas, na capital portuguesa em setembro de 1979. Quando retornou ao Brasil, enfrentou uma disputa acirrada pela sigla contra o grupo de Ivete Vargas. Perdeu a legenda por uma decisão – arbitrária – do TSE.
Brizola chorou, mas suas lágrimas regaram a nova flor trabalhista que ali nascia, o PDT. De 1980 em diante, o país voltou a sentir o gosto da luta pelo povo humilde. Em 1982, Brizola se elege pela primeira vez Governador do Rio, e, enfim, inaugura o maior programa de educação que o país já experimentou: os Cieps. Foram 517 em todo Estado, que chegaram a abrigar mais de 500 mil crianças diariamente, em tempo integral. O sucessor de Brizola, Moreira Franco, fez questão de fechar todos, no primeiro dia de seu governo.
Hoje o país vive uma crise que não vislumbra fim. As reformas trabalhista e previdenciária estão sendo empurradas goela abaixo do povo brasileiro por um governo ilegítimo, tal qual o de 1964. Novamente, a população assiste a usurpação de direitos que, assim como outros progressistas, o PDT lutou para assegurar e briga para manter.
Após 40anos acreditando e trabalhando por um Brasil mais justo, igualitário e democrático, o PDT chega a atualidade com uma missão: levar o povo ao Planalto por meio da representação trabalhista na presidência da República. E chegou (até passou) a hora do povo voltar a ser representado legitimamente.
O PDT não quer o Exército nas ruas, nem a violência indiscriminada contra a população, como tem feito o atual governo Temer para permanecer à frente da nação na marra. Também não aceita ver o peso do trabalho nos ombros do povo enquanto os lucros abastecem banqueiros, empresário e corruptos que não conhecem o suor que escorre no rosto de quem produz. O que o trabalhismo deseja, e sempre desejou, é ver riqueza repartida, educação, saúde e segurança para todos; um Brasil construído e usufruído pelos brasileiros.
Este texto poderia continuar narrando a história e os anseios do Partido Democrático Trabalhista em seu 40° aniversário. Seriam mais algumas linhas e parágrafos construídos com afinco, sem dúvida. Mas nem toda dedicação do mundo traduziria o sentimento pedetista ante o relato daqueles que fazem diariamente o PDT.
O PDT – Partido Democrático Trabalhista surgiu em 17 de junho de 1979, em Lisboa, fruto do encontro dos trabalhistas no Brasil com os trabalhistas no exílio, liderados por Leonel Brizola. pic.twitter.com/p2FmqIH0nY
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O novo Trabalhismo contempla a propriedade privada, condicionando seu uso às exigências do bem-estar social. Defende a intervenção do Estado na economia, mas como poder normativo, uma proposta baseada na liberdade e na autonomia sindicais e uma sociedade socialista e democrática. pic.twitter.com/kcYkZw0zZb
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Leonel Brizola, depois de 15 anos de desterro, Doutel de Andrade, Darcy Ribeiro e outros trabalhistas históricos já tinham retornado ao Brasil, quando a Justiça Eleitoral entregou o PTB àquele grupo. pic.twitter.com/8CR6M7cckX
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“Uma sórdida manobra governamental conseguiu usurpar a nossa sigla para entregá-la a um pequeno grupo de subservientes ao poder… O objetivo dessa trama é impedir a formação de um partido popular e converter o PTB em instrumento de engodo para as classes trabalhadoras.” pic.twitter.com/Zm6Vj3jLCp
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No dia 25 de maio, outra reunião, desta vez na ABI – Associação Brasileira de Imprensa –, na Cinelândia, aprovou o programa, o manifesto e os estatutos do Partido Democrático Trabalhista. pic.twitter.com/iXQaqdlcTM
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Na primeira eleição democrática de 1982, o PDT elegeu Brizola governador do Rio de Janeiro, dois senadores – um no Rio e outro em Brasília –, 24 deputados federais, credenciando-se como uma das principais forças políticas do país. pic.twitter.com/60e15y1fX0
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Nossa História, a História do Trabalhismo é a razão de nossa vida pública e não nos permite, por nenhum segundo, esmorecer frente às aves de rapina que permanentemente buscam espoliar o povo brasileiro e suas riquezas. pic.twitter.com/BiD0ObZf1d
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O PDT que tem história, que tem memória e que tem também um passado de glórias pra construir um futuro de vitórias, precisa de cada um nós. Vamos fazer a nossa parte, honrando nossos líderes e construindo um importante legado para as novas gerações da política brasileira pic.twitter.com/STPimYHWxN
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Algumas curiosidades:
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O símbolo do PDT é uma flor em punho criado pelo socialista francês Didier Motchane;
A rosa representa o socialismo e o punho a unidade da esquerda, a democracia e os valores humanistas. pic.twitter.com/0W8e0SgCnc
OBS. Algumas das fotos não conferem com o lapso temporal de cada momento, sendo uma mera ilustração histórica.
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Fonte: PDT Nacional.